HISTÓRIA DA ASSOCIAÇÃO HUMANITÁRIA
BOMBEIROS VOLUNTÁRIOS DE LINDA-A-PASTORA
É importante que as populações conheçam a sua História, pois elas são o elo de uma cadeia, dado que as pessoas não se encontram sozinhas no Mundo como no princípio da vida, mas aproveitam o que as gerações anteriores fizeram, acrescentando-lhe algo da sua personalidade.
Entre a época de 1860 a 1890, aproximadamente, foram criados, no Concelho de Oeiras, o que se designou por Corpos de Voluntários de Salvação Pública, os quais tinham por missão o combate ao fogo e, o apoio às populações em caso de catástrofes provocadas pela natureza.
Já no fim do século XIX, princípios do século XX, começou por ser evidente que cada ‘’Corpo’’ sentisse a necessidade em se tornar autónomo em relação à Câmara de Oeiras, órgão que os coordenavam. Linda-a-Pastora foi dos primeiros movimentos associativos a emancipar-se, sendo assim, iniciou a sua fundação, a 5 de Julho de 1891.
1891– Um grupo de cidadãos beneméritos de Linda-a-Pastora, constituíram uma excepcional falange que, à custa de muitos sacrifícios e esforços, deu origem à tão merecida ‘‘Obra’’, fundada em 1891, designado por Corpo de Voluntários de Salvação Pública do Concelho de Oeiras, devidamente organizado, composto por esquadras, divididas em ”Piquetes” (composto por 7 homens), com as seguintes especialidades:
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Serviço de Extinção de Incêndios;
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Serviços de Salvação e Escadas;
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Serviços de Sapadores e Demolição;
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Serviços de polícia e Ambulância.
Os Homens eram distribuídos por cada sector acima referido, os quais se identificavam pelas divisas usadas, respectivamente: (1) Cor vermelha; (2) cor verde; (3) Cor azul; (4) Cor branca.
COMANDANTE FUNDADOR DO CORPO DE BOMBEIROS
Júlio Alexandre Silva; Comandante
O Ilustre Comandante Júlio Alexandre Silva, foi figura interveniente em outras diversas fundações de Corpos de Bombeiros, Homem da iniciação da classe Bombeirística, grande impulsionador desta causa em Portugal.
Foi ainda Presidente da Federação dos Bombeiros Portugueses e Director do Jornal dos Bombeiros Portugueses.
Do seu espólio, e por sua expressa vontade, existe hoje em local digno nesta Associação, a espada, Charlateiras e capacete, oferta do Rei D. Carlos I, ao Comandante Júlio Alexandre Silva.
MATERIAL EXISTENTE NA ÉPOCA.
Desde sua fundação, até cerca do Ano de 1900, existiam dois carros braçais equipados com bombas caldeira, os quais eram movimentados, um pelos homens, e o outro pelas mulheres, as quais participavam activamente na ajuda dos trabalhos de extinção dos Incêndios.
Existia ainda, um carro de tracção braçal, equipado com uma maca, para transportar os sinistrados para o posto de socorros mais próximos.
A partir de 1900, começou a ser utilizado o hipomóvel, com um animal a puxar.
Estes carros estavam equipados com as bombas caldeiras/manuais, completadas com os respectivos lanços de mangueira, escadas de molas e de ganchos, e ainda outros apetrechos e ferramentas específicas.
AS INSTALAÇÕES:
O primeiro local de Instalação Sede do Corpo de Bombeiros, verificou-se na Rua Visconde Moreira de Rey, mais tarde na Rua Manuel Pereira de Azevedo, Beco da Bomba, posteriormente também estiveram instalados, junto à quinta do Cesário Verde, e assim passaram décadas em instalações exíguas.
Em 1924, entenderam por bem, proceder à fusão com a Sociedade União e Capricho de Linda-a- Pastora, da qual derivou a Associação de Bombeiros Voluntários União e Capricho de Linda-a-Pastora
Estandarte da Associação; em 1927 foi criada uma comissão de senhoras que, conseguiram valores suficientes para mandar executar o 3º símbolo da Associação. Ainda hoje, é muito do nosso orgulho, debruado a ouro, seu valor material é elevado mas, não tem preço quanto ao que ele significa para esta Instituição.
Cerca de 1930, mais recentemente transitaram para a Av. Tomás Ribeiro, onde recolhiam as galeras de cavalos, cujo prédio que ainda hoje existe, contíguo ao actual Quartel Sede, já com condições melhoradas.
Destacaram-se três Directores que se evidenciaram, na instalação, desta nova fase da Associação, os senhores João Itiperano Duarte, João Wenceslau de Azevedo e João da Cruz.
Tendo em conta o crescimento da Associação no seu todo, impunha-se encontrar soluções para a nova Sede que completasse as aspirações dos Linda-a-Pastorenses, foi em 1926, que uma figura ilustre da terra, o senhor Luís Grilo, decidiu ofertar à Associação o terreno onde hoje, está erigido o Quartel Sede.
A 5 de Julho de 1961, é então inaugurado o Quartel Sede desta Associação de Bombeiros, cujo facto se deve á população, sócios e beneméritos. A obra foi erguida pelo trabalho desenvolvido, gratuitamente, enorme crer, amor e muita dedicação
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AFIRMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO:
Em 1935, emerge pela 1ª vez uma viatura mecânica de Marca ‘’Fiat’’, especifica para o combate ao fogo. Cuja características eram as seguintes:
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Marca FIAT
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Motor de Sistema magneto
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Iluminação de carbureto
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Carburante Gasolina
– Era conhecido com a alcunha o ‘’FANTASMA’’
Esta viatura foi montada e transformada de camioneta de carga a viatura de combate a incêndios, pelo Sócios e Bombeiros, Manuel dos Santos e Joaquim Dionísio.
Em 1946, foram adquiridas duas novas viaturas, com as seguintes características:
Viatura de Combate a Incêndios
– Marca FORD 4
– Motor 4 cilindros
– Combustível Gasolina
– Designação Pronto-socorro
– Era conhecido por alcunha Calça Arregaçada
A sua alcunha devia-se ao facto de as suas características,
Ser muito alto, transportava o pessoal em bancos paralelos e longitudinais.
Viatura Ambulância
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Marca NASH– Motor 4 cilindros
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Combustível gasolina
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Equipada com uma maca
SÓCIOS FUNDADORES
Manuel Pereira Azevedo António Duarte João Duarte Miguel Francisco Maurício
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Em 1928, Sucede ao Comandante fundador o Comandante Manuel Lima. Os anos da sua vigência foram de 1928 a 1934.
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Em 1934 a 1937 sucede o Comandante João Itiperano Duarte
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Em 1938 a 1939 Sucede o Comandante Tenente Lopes Dias
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Em 1939 a 1942 Sucede o Comandante João Duarte
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Em 1943 a 1944 Sucede o Comandante António Duarte
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Em 1945 Comandante Interino João da Rosa
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Em 1946 a 1948, sucede o Comandante Manuel Campos
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Em 1948 a 1950 Sucede o Comandante Joaquim Francisco Maurício
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Em 1950 a 1951, Sucede o Comandante João Maria Magalhães Ferraz
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Em 1950 a 1978, Reingresso do Comandante João Itiperano Duarte
ACTIVIDADES CULTURAIS:
Grandes tradições culturais e recreativas, eram desenvolvidas por esta Associação, considerada a única do género no Concelho de Oeiras.
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Banda de Música (32 elementos)
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1958 Revista Opereta Rosa do Adro
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1959 Revista O Americano em Lisboa
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1960 Revista Arco-íris
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1961 Revista Pais das Maravilhas
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1961 Dança (Mini Revista Musical popular)
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1965 Opereta Romeu e Julieta
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1982 Grupo Infantil a Chama (pequenos cantores)
Realizavam-se ainda; Bailes de Salão, eventos populares (cortejo de oferendas), exposições, concertos Musicais (Bandas), a Associação possuíam ainda, Orquestra e conjunto Musical. (fotos na galeria histórica).
A partir de 1984, o Corpo de Bombeiros e a Associação, foi uma época relevante e de grande apogeu. Criaram-se todas as condições e as necessárias estruturas, para o engrandecimento e desenvolvimento da Associação, e em particular para o seu Corpo de Bombeiros.
Nota importante:
O presente apontamento Histórico da Associação Humanitária de Bombeiros de Linda-a-Pastora, é apenas um resumo de tão rica história, que todos nós muito nos orgulhamos e a qual se encontra evidenciada no recente livro publicado, cuja autoria é do nosso estimado associado e Director, Vítor Manuel Gomes Duarte.